segunda-feira, 20 de outubro de 2008

OS ELEITORES E OS ELEITOS

Por Gregorio Baremblitt

Quando vemos a “qualidade humana” dos candidatos a cargos políticos nas próximas eleições, e quando constatamos que a miúdo os piores deles são escolhidos, se reativa em nós um velho dilema que nunca saberemos resolver: Os “representantes” do eleitorado a rigor não representam coisa alguma e são apenas uma peça dos poderosos lobbies que pagaram para elegê-los? Ou a maiorias dos que os votaram são desinformados ou débeis mentais políticos?
Dizer que as duas coisas são provavelmente certas, longe de ser um consolo, é uma sentença de morte que cai sobre a democracia representativa indireta.
Supor que os povos e os candidatos vão amadurecendo com a experiência eleitoral é uma ilusão ou uma mentira deslavada. Quase um século depois de o povo mais culto da Europa eleger Hitler, o povo inventor da democracia escolheu a Bush, um criminal de guerra, um péssimo administrador e um mitômano.
Existem dezenas de opções melhores que a democracia tradicional.
Si se tem medo de lembrar as milhares de experiências libertárias que foram bem sucedidas e depois esmagadas na história, basta recordar que na Suíça, embora os valores da sua política econômica não são dos melhores, vive-se num co-governo que é uma mistura de cantões auto-gestionários, coexistentes com um Estado de três poderes cujas decisões são continuamente consultadas com as bases.
Os cínicos costuma dizer que a democracia “eleitoreira” é o “menos ruim” dos regimes. É bem possível que esse seja o pior dos slogans políticos.

OS RERESENTANTES

Por Gregorio Baremblitt

Quando a gente conhece os antecedentes e vê os recursos estratégicos, táticos que os candidatos eleitorais empregam na cívica concorrência, nos encontramos presos num terrível dilema: Ou os "representantes" não representam coisa alguma, ou os representados os merecem.
Qualquer das duas possibilidades é sinistra.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

O APRENDIZ DE BRUXO

Por Gregorio Baremblitt

 

A crise tem jorrado uma quantidade imensa de opiniões acerca da relação do Estado com o Mercado. Não irei cair na tentação de tratando de sair desse dilema, fazer alguma crítica radical acerca da necessidade da existência dessas duas macro-entidades. Se os povos ainda acreditam nos Deuses, porque não teriam que acreditar no Estado e no Mercado?

Aqui só me proponho fazer uma minúscula observação simples e lateral. O Mercado é uma maquinaria com a qual o Capital  realiza seu objetivo supremo que é o crescimento do lucro: porque ele teria que querer um Estado regulador eficiente e caro metido nos seus negócios? Se o Estado é conhecido como péssimo administrador, ou seja, que não sabe de negócios (seu único negócio,  a não ser algumas estatais, são os tributos  e os salários dos seus funcionários e políticos): - Por quê se pode esperar dele que seja capaz de controlar e intervir oportuna e sadiamente sobre os negócios do Capital no Mercado?

- O Mercado se empenhará em ser prudente em suas apostas e também em informar devidamente ao Estado de seus excessos de risco?

- O Estado entende o suficiente de negócios como para saber (e querer) fiscalizar exaustivamente o Mercado e saber quando o Capital está correndo riscos excessivos?

Diz-se que uma crise sempre começa por ser uma crise de confiança.

Diz-se que nas guerras a primeira vítima é a verdade.

Nas crises econômico-financeiras o que se desmorona é a ingenuidade.