terça-feira, 30 de dezembro de 2008

ENTRE OS PIORES INIMIGOS DA HUMANIDADE

Por Gregorio Baremblitt

Na sua encíclica Urbis et orbe, desses últimos dias, o Supremo Pontífice da Igreja Católica, deu a entender a definição de um grupo de pragas que afetavam gravemente a humanidade e até podiam acabar com ela.
Mencionou a crise econômica, as guerras, o terrorismo, a imoralidade em geral e, especialmente, a relação homossexual (formalizada ou não).
Parece que para o Supremo Pontífice a adoção de crianças por casais homossexuais, assim como a, muito próxima, implantação de óvulos fecundados no útero de uma mãe homossexual ou no peritônio de um progenitor homossexual são ataques que lesam a humanidade. Isso torna os casais homossexuais inimigos da continuidade da espécie humana. Talvez muito pior que a plêiade de sacerdotes católicos e outros que têm proibido toda relação sexual que não sejam aquelas do tipo de com o sangue e a carne do Salvador... etc.
Deus me livre de ousar interpretar o horror homofóbico que parece implicar essa condenação do sumo hierarca. Minha ignorância é tal, que nem se quer sei dizer se essa verdade está ou não incluída na infalibilidade que goza o máximo representante da Divindade na terra.
O problema é que temos poucas fontes para esclarecer a questão. Segundo o antigo testamento, a expulsão do paraíso foi um castigo infligido ao casal originário por querer saber o que era óbvio (dado que não tinha nenhuma alternativa além de homem-mulher), assim como a primeira relação, por exemplo, entre homens, foi apenas um assassinato.
Apenas me permitirei uma recomendação aos casais homossexuais: ou renunciam à sua peculiar escolha sexual ou renunciam à religião católica ou a reformam de maneira tal que os considere membros da humanidade e não seus inimigos.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

QUE CRISE É ESTA?

Por Gregorio Baremblitt

Todos nós sabemos que a crise atual consiste em uma retração geral dos investimentos financeiros, uma paralisação dos empréstimos e dos pagamentos, uma diminuição da produção e do consumo, um aumento da desocupação, da miséria, da pobreza, da fome, do analfabetismo, das doenças, da violência de todo tipo, às vezes uma inflação, às vezes uma deflação, uma pronunciada inadimplência e falência das corporações, um endividamento dos estados, das empresas, das famílias, das pessoas, uma queda da tributação, uma diminuição dos investimentos públicos, uma desvalorização das moedas, uma queda das reservas nacionais em divisas, uma desvalorização grave das ações de bolsa, dos bônus e de das letras de câmbio, um esfriamento do comércio internacional, uma fuga de capitais que não se sabe onde foram a parar.
Um desastre dessa magnitude não se gesta em poucos meses. É sabido que faz anos em que os empréstimos sem garantias, os desvios de fundos, os salários astronômicos dos executivos, as falências ocultas das corporações etc vêem ocorrendo. As mesmas agências oficiais e privadas controladoras e avaliadoras de negócios têm se revelado cúmplices das fraudes.
Perante um panorama assim resulta, COMPLETAMENTE RIDÍCULO, perguntar se essa é uma crise conjuntural ou sistêmica. Para chegar a este estado de coisas a estrutura, mesmo do modo-regime-sistema, tem que estar ademais corrupta e incompetente, errada, ou seja, disfuncional e antiprodutiva.
Tão RIDÍCULO como as exortações das autoridades a investir, a emprestar, a tomar empréstimos, a produzir, a consumir, a perdoar as dívidas, a pagá-las, etc.
Se como se diz a crise foi desencadeada pela ambição e agravada pelo medo, essas soluções voluntaristas estão inspiradas pela imbecilidade.
CRISES SISTÊMICAS EXIGEM SOLUÇÕES SISTÊMICAS... E AS MESMAS NUNCA SÃO REFORMISTAS.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

A BUROCRACIA HIPER MODERNA

Por Gregorio Baremblitt.

A burocracia do Império Chinês antigo, chamada celeste, só dispunha de papiro, tinta e pincel para registrar as contas tributárias, orçamentos de grandes obras, gastos da corte etc. Aparentemente se equivocava pouco. A burocracia estatal, hiper moderna, dos EUA com suas maravilhosas máquinas virtuais deixou passar uma longa série de irregularidades das megas empresas agiotas imobiliárias, até chegar a gerar uma crise financeira econômica mundial. Parece que os EUA estavam em recessão desde o 2007 e ninguém se deu conta até agora.
O mesmo aconteceu no Brasil, onde tudo faz pensar que várias agências sabiam desde muito tempo atrás da proximidade e profundidade da crise e insistiam em que seria apenas algo a mais que uma “marolina” na terra do berço esplendido.
Nunca se saberá se a imprevisão burocrática foi incompetência, acomodo ou corrupção. O que é seguro é que acontece continuamente, em menor escala, desde que as burocracias existem.
Como já é sabido a proliferação da burocracia ocorre em relação inversa a falta de confiança. Por isso os primitivos não precisavam de burocratas, nem de escritura, nem de laptops. Sua vida era muito mais breve e mais alegre.