terça-feira, 31 de janeiro de 2012

“ Uma rosa é uma rosa”

Sempre é importante dar-se conta de que nem todas as coisas proibidas são desejáveis e que nem o concedido, o recomendado ou o imposto são garantia de fruição. Por outro lado, sabemos que nem todas as coisas desejáveis terão de ser intensamente prazerosas uma vez conseguidas. Além disso, nem sempre desejá-las é, em si mesmo e de algum modo, prazeroso. Aplicando estes princípios à leitura do conteúdo destas linhas, haverá de reconhecer que é bastante provável encontrar-se com que as mesmas nunca foram recomendadas, nem desejáveis, nem prazerosas, nem permitidas, proibidas ou impostas.
Isso engrandece o fato insólito de que sejam lidas.
Eu sempre pensei que o prazer era algo a ser buscado sem pausa nem descanso. Continuo a pensar nisso. Embora que a essa idade na qual o cansaço faz com que se comece a meditar sobre se as energias empregadas em desejar o prazer “venal” e buscá-lo, especialmente se já se o encontrou na proporção desejada, poderia ter sido melhor aproveitadas se fossem investidas de outras maneiras.
É claro que sabemos que o desejo é diferente do prazer. Para começar porque o prazer transcorre no tempo presente. No entanto, embora o desejo também se viva no presente, a imagem de seu objetivo se reconstrói sempre a partir de algo que supostamente “não foi” no passado e um esboço situado no futuro.
Talvez seja porque na medida em que cada vez temos menos futuro e que nos damos conta ao recordar todo o passado, ocupamo-nos menos de desejar o que não somos nem temos, e mais de desfrutar o que está aqui e agora ao nosso alcance.
É lógico que há um imediatismo na juventude, porque a convicção de que se tem um futuro tão definido quanto pressupostamente interminável e um passado que já demonstrou ser não transcendente, faz com que fiquemos aturdidos em um presente pleno e, até onde conseguirmos, prazeroso.
Porém, no presentismo do amadurecimento (por assim chamá-lo), geralmente, a obtenção do desfrute deve ser distinguido da experiência prazerosa, porque quando as circunstâncias ajudam a desfrutar, tem algo a ver com usufruir nossos próprios frutos, em gozar com o que frutificamos. Esse frutificar não tem nada em comum com lucros. Trata-se do fruto da culminação, que tem como pré- requisito, o reconhecimento de um maior ou menor declínio. O prazer paradoxal de usufruir o apogeu de nossas fruições durante o ocaso, não consiste no deleite de memórias auto-exultantes. Consiste na vivência de um pináculo de gozo ( ainda que não necessariamente de realizações) de ser o que somos, não o que fomos nem o que seremos. Por isso, o gozo da velhice é diferente da diferença de todos os outros. Não é memória nem projeto. Não é balanço nem avaliação. É exatamente o momento no qual uma rosa é uma rosa. Não é a rosa murchinha que se encontra folheando um livro antigo de poemas. Não é o botão de rosa que palpita por abrir-se. É o “ roseo”, o processo puro de “rosificar”.
Gregorio Baremblitt

“ O MUNDO TAL COMO É”

É uma descoberta estúpida, mas importante, saber e vivenciar que em cada instante de nossa vida, em cada minúsculo lugar de nossa existência... e a de todos os membros da espécie humana... se está cometendo uma injustiça. Injustiça quer dizer que se perpetra um mal ( minúsculo ou colossal) com pleno conhecimento de que se comete e com racionalizações ( ou não) que o justificam. Muitos desses males somos vítimas, de outros somos vitimizadores, mas em uma ampla maioria dos casos, somos responsáveis de nossas maldades e passivos ou cúmplices frente a nossos vexames.
Um dia plenamente realizado é aquele durante o qual nos detectamos como responsáveis por uma injustiça e a corrigimos e no qual nos detectamos como vítimas de injustiças e as denunciamos e atacamos.
É difícil assimilar qualquer pensamento filosófico o qualquer existência contemporânea que não postule que a alegria, a potência, a produção, etc., podem resplandecer sem serem componentes imanentes de uma vida justa. E a justiça da qual falamos não é a das Leis, nem a das Normas, nem as do Direito. É a justiça inventada, definida e executada cada vez como razão suficiente de uma vida. Os que condenam ao ressentimento costumam ser os que aconselham perdoar e perdoar-se. Também é parte da vida, não a vingança nem a ruminação; mas sim a recordação, inesquecível, das injustiças.
Gregório Baremblitt

sábado, 19 de novembro de 2011

As “Delinqueleis”

A história das permissões e proibições que regulam as relações humanas nas comunidades do mesmo nome é extensa, complexa e escura. Houve um grande período primitivo em que era escrita, não em papiros ou lâminas metálicas, mas sim com a tatuagem ou com a mutilação nos corpos. Esse registro da lei, correlacionando-se com as vozes que consoavam nas práticas de convivência, deu-lhe nomes ao que no corpo eram marcas. A marca corporal era a memória do pertencimento a um território que por sua vez era o âmbito que dava nome a uma população e a cada um de seus membros. Essa memória era consubstancial com a recordação inadvertida de uma dívida. Dívida do exemplar em questão com a terra que o engendrou, dado que a mentalidade primitiva não correlacionava o coito com a gravidez, senão que atribuía à gravidez a queda da chuva sobre o corpo materno, semelhante aos cultivos. Ao que parece, essa dívida era transformada em um compromisso com o totem da tribo (ao qual a mitologia lhe atribuía o poder de criar e de proibir dentro dos limites dessa identidade territorial) e com o intercâmbio desigual que sempre implicava a obtenção de uma esposa, das mãos do pai-sogro. Mas, qualquer que seja a superposição de sentidos que conduz a afirmação de cada indivíduo, este era portador de uma dívida. O importante a destacar é que sob sua forma primitiva e territorial a divida era finita; ou seja, era pagável. A importância da modalidade a ser paga dependia de uma desigualdade de valor que supostamente tinha a transação realizada (uma esposa em troca de bens, alianças, etc.), que era sempre regateada e dissimulada na operação de troca com um rapto figurado.
No processo histórico de submissão das formações territoriais de vida à conquista por parte dos grandes impérios bárbaros, a voz impositiva já não copiava uma escrita sobre os corpos, ela era exclusiva do déspota que era humano e divino e que ditava sua lei. A partir dessa condição, os escribas, nobres e burocratas do estado imperial eram aqueles que talhavam em pedras ou a escreviam em papiros. O conteúdo da lei era amplo e heterogêneo, mas seu objetivo central consistia em estar dirigida ao povo para recordar-lhe que havia sido engendrado pelo Deus-imperador e que lhe devia tudo, desde o significado das palavras até a vida e a liberdade. Durante muitos séculos essa lei era impagável, posto que somente se pagava com a vida. Posteriormente, o processo histórico determinou a separação da Igreja e do Estado. A máxima instância doadora de tudo, divina e ultra terrena, “ fonte de toda razão e justiça era conferida à igreja e esta era encarregada de convalidar seus aspectos terrenos, estatais ao César grego ou romano ou posteriormente, ao monarca absoluto. É por isso que os primeiros códigos de Direito do ocidente foram as Tábuas da lei e depois, o Torá. Há que se recordar que o déspota se dulcificou, mudou-se para as alturas e que a dívida que se tinha por sua criação no paraíso se duplicou e tornou-se impagável por causa do assassinato do filho que supostamente foi enviado para nos salvar. Esse processo se repete em todas as formações sociais antigas, clássicas, medievais, da reforma e da contra-reforma, livros de leis sagrados( recordando que o primeiro Direito formal foi o canônico ) e seus códigos terrenos, assim como na modernidade e na contemporaneidade, em que cada ramo do Direito tem seus conjuntos de leis e todos se subordinam a leis maiores que são as Cartas Magnas ou Constituições Nacionais.
Gregório Baremblit

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Os sofrimentos atuais: seu diagnóstico e sua cura

O panorama dos sofrimentos ou transtornos chamados “psíquicos” ou mentais experimentou, nos últimos vinte anos, uma transformação muito intensa e complexa. Não só mudaram os conjuntos de sintomas que anteriormente configuravam um quadro mais ou menos identificável como “diagnóstico” X ou Y, mas também se nota que esses quadros se somam e se mesclam entre si incessantemente, e aparecem outros quadros até então desconhecidos; e, o curso, a duração, a gravidade dos sintomas tampouco é igual ao que há algumas décadas se considerava típico e inamovível para as “enfermidades” clássicas ou, geralmente consideradas como tais, pelos especialistas. Tudo faz pensar que essas transformações da patologia são coerentes com as peculiaridades da vida apresentadas nos grandes conglomerados humanos, nos últimos tempos. Os signos e sintomas das “afecções” são de aparição brusca e espetacular, podem desaparecer por si mesmos, ou em virtude de algumas medidas inteligentes tomadas pelos afetados, agravam-se rapidamente e entram em crises severas que exigem tratamentos importantes ou se complicam com outras que, aparentemente, são da área de outra especialidade e que devem ser tratadas por ela. Sem querer estabelecer conexões diretas, não se pode deixar de reconhecer que a existência contemporânea, com sua rapidez, sua variabilidade, seu alto nível de exigência, seu grau de insegurança, a multiplicação de ofertas para o consumo, as mudanças e readaptações constantes, os traumas de todos os tipos perseguindo e golpeando continuamente...superam as capacidades de antecipação e de recuperação ativa dos indivíduos, das famílias, dos grupos, das organizações, movimentos,etc.
Esse panorama mostra, com uma clareza espantosa, o que já se sabia desde muito tempo, a saber: que não existe transtorno nem sofrimento, seja em qualquer campo no qual se manifestem, predominantemente, seus signos e sintomas (“psíquicos” ou “subjetivos”, “somáticos ou corporais”, “ sociais ou de comportamento”, etc.) que não devam ser investigados por operadores com uma formação e uma cultura muito amplos e/ou por equipes multidisciplinares e tratados da maneira correspondente. Mais ainda: é bastante freqüente que o mal-estar de que se trata, seja solucionado com poucas mudanças no estilo de vida, ou seja, de costumes, de alimentação, higiene, sonho, lugar de residência, relações sentimentais, familiares, de trabalho, descanso, diversão, esporte, sociabilidade, afiliação e militância em alguma causa nobre, etc.
Mas é claro que cada uma dessas mudanças, aparentemente simples, não são nada fáceis de realizar para a enorme maioria das pessoas que são obrigadas a enfrentar esta vida cruel. Boa parte das mesmas requerem grandes decisões e ações coletivas que parecem estar muito longe do que costumamos entender como “tratamentos”. Não obstante é preciso que se tenha certeza total de que cada uma dessas áreas e atividades são sempre com-causas, ou seja, causas conjuntas, de sofrimentos e transtornos que se apresentam como “ problemas de saúde” física ou mental e que podem “curar-se” tomando os conjuntos de medidas combinados e adequados a respeito.

Por outro lado, é fundamental aprender a desconfiar e a não se entregar indiscriminadamente a qualquer tratamento dos chamados “alternativos” que provém de uma cultura ou de uma época que não é a contemporânea. Entre eles há alguns que invocam descaradamente supostos saberes e procedimentos mágicos ou supersticiosos. A força da crença, que ninguém ignora, pode até produzir efeitos de alívio circunstanciais, mas os mesmos não fazem senão retardar o diagnóstico amplo e correto ao que nos referíamos, causando o agravamento, a complicação ou a irreversibilidades do transtorno em questão. Como dizia um experimentado professor: “ Por paradoxal que pareça, nada mata mais que os milagres”.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Como todos os cidadãos politicamente “corretos”, creio estar informado acerca das características que tem adquirido as manifestações populares no mundo nestes últimos tempos. Sei que são pacíficas, fugazes, menores em número e motivadas por reivindicações heterogêneas que tornam o conjunto do ato político um poço unificado, descontínuo, puramente gestual e sem maiores conseqüências efetivas. Como quer que seja, está nascendo no planeta nestas últimas décadas, sobretudo nos países democráticos liberais ou social-democratas, um cuidado especial dos governos em tratar de desarticular ou desprestigiar os movimentos, apelando à mínima violência possível. É claro que isso não tem muita vigência na Síria ou no Afeganistão, mas tanto é verdade nos países ocidentais que dá para constatar repetidamente -que entre os machucados leves de cada manifestação- amiúde os contingentes repressivos lesionados são tão numerosos como os manifestantes. Os otimistas vêem nesse e em outros aspectos similares, uma expressão de que os governos, preocupados pelos efeitos multiplicadores das redes comunicacionais contemporâneas, cuidam-se de não mostrar perfis autoritários (por dizer o menos). O emprego de uma força “excessiva” para impedir uma manifestação que não emprega recursos demasiado violentos pode ter conseqüências econômicas, políticas, culturais, jurídicas etc. nas partes do mundo que menos se espera. Uma delas é a produzir uma associação, aliança ou apoio de movimentos cuja afinidade era insuspeitável, ainda para os mesmos segmentos, que protagonizam uma nova aliança.
É claro que a questão da avaliação acerca do que é mais conveniente para o Poder, se aparecer como “tolerante” e acabar fazendo aquilo que se propunha...dando lugar e novos protestos, de intensidade e número crescente...ou conceder a reivindicação demandada, barganhando-a por outra mais essencial para o “sistema”... ou reprimir duramente (pagando certo preço de prestigio) para desalentar os ímpetos da nova onda.
Em qualquer situação é importante para a militância dos movimentos, lembrar que o Poder pode chegar a entregar até os anéis para salvar os dedos, mas que amiúde os anéis são falsos, ou essa entrega ,segundo como seja feita e divulgada, pode transformar os “justos em pecadores”.
Gregorio Baremblitt

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

GLORIA AL LEÓN!

( ARGENTINA) BUENOS AIRES HA TENIDO “UNA DÉCADA DEL SESENTA Y OTRA DEL SETENTA”. ESO SEA DICHO EN UN SENTIDO PARECIDO AL 68 FRANCÉS O A LOS SESENTA NORTEMERICANOS. DÉCADAS TUMULTUOSAS ETICO POLÍTICAMENTE FEROCES , ECONÓMICAMENTE CATASTRÓFICAS, CULTURALMENTE INCANDESCENTES. SE LUCHÓ MUCHO, SE MURIÓ Y SE MATÓ MUCHO. SE REAVIVARON Y SE INVENTARON MUCHAS UTOPÍAS ACTIVAS. HUBO MUCHA APUESTA, MUCHA DERROTA, ALGUNA VICTORIA…CIERTO APRENDIZAJE. SE SINTIÓ QUE LA HISTORIA TIENE MUCHO DE SAPO DE ALJIBE: SUBE DOS PASOS Y RETROCEDE UNO, O DE CANGREJO, QUE CAMINA DE LADO LA MAYOR PARTE DEL TIEMPO, O DE ESOS DIBUJOS ANIMADOS DEL PAPALEGUAS, QUE CORRE TAN RÁPIDO QUE EN UNA CURVA SE SALE DE LA PANTALLA Y VUELVE A ELLA PATALEANDO EN EL AIRE, SIN AVANCE ALGUNO. EN ESAS DÉCADAS CREO QUE SE SINTIÓ, MUY ORIGINALMENTE ( COMO EN TODAS LAS OTRAS ÉPOCAS) QUE FRECUENTEMENTE LO QUE CAMBIA SON LAS NALGAS, LAS PALMETAS SON LAS MISMAS ( POR DECIRLO CON DUDOSA ELEGANCIA). MI VIEJO SE LLAMABA LEÓN ( Y A VECES ERA); HUBO UN GENERALE QUE DECÍA QUE ERA UN “LEÓN HERVÍVORO” MIENTRAS CONTRIBUÍA PARA DEFLGRAR LA ERA DE LAS PEORES MATANZAS QUE VIVIÓ EL PAÍS; HUBO UN ARQUERO QUE SALVÓ AL SELECCIONADO DE UNA GOLEADA, LE LLAMARON “ EL LEÓN DE WEMBLEY”. PERO HUBO UN LEÓN PLENO DE SENSIBILIDAD, DE COHERENCIA, DE INTELIGENCIA, DE SEDUCCIÓN, DE COMBATIVIDAD, LEAL A LOS AMIGOS, PELIGROSO PARA LOS ENEMIGOS, A MENUDO ASUSTADOR PARA TODAS LAS PLATEAS, ENSORDESCEDOR EN SUS RUGIDOS. CURIOSAMENTE ERA UN LEÓN INDIVIDUALISTA, CON CARA DE COSACO, QUE PROPUGNABA UNA REVOLUCIÓN DE MASAS.

ESE LEÓN SUPO LEER A FREUD Y A MARX PARA PENSAR, ESCRIBIR Y ENSEÑAR CON ELLOS ALGO CON LO QUE SE PUEDIESE, MUCHO MÁS QUE ENTENDER EL MUNDO, TRATAR DE TRANSFORMARLO.

YA NO SE FABRICAN MÁS DE ESOS LEONES. LEÓN ROZITCHNER, COMO ESTABA PREVISTO, HA PERDIDO SU ÚLTIMA PELEA PURAMENTE CORPÓREA CONTRA EL LEVIATÁN ( EL ESTADO), LA MEDUSA (EL CAPITAL) Y TORQUEMADA ( LA IGLESIA) EN LA ARENA DE UN PAÍS DE OPERETA. ADEMÁS DE MUCHOS MONUMENTOS EN SU MEMORIA, TIENE TRES O CUATRO EN CADA BIBLIOTECA DE LAS PERSONAS Y LOS MOVIMIENTOS DIGNOS. HABRÁ MUCHOS “DEVENIR LEONES” EN LOS COLISEOS ANTES Y DESPUÉS QUE LOS LIBROS DE LEÓN SE TORNEN CDS.
( ARGENTINA) BUENOS AIRES HA TENIDO “UNA DÉCADA DEL SESENTA Y OTRA DEL SETENTA”. ESO SEA DICHO EN UN SENTIDO PARECIDO AL 68 FRANCÉS O A LOS SESENTA NORTEMERICANOS. DÉCADAS TUMULTUOSAS ETICO POLÍTICAMENTE FEROCES , ECONÓMICAMENTE CATASTRÓFICAS, CULTURALMENTE INCANDESCENTES. SE LUCHÓ MUCHO, SE MURIÓ Y SE MATÓ MUCHO. SE REAVIVARON Y SE INVENTARON MUCHAS UTOPÍAS ACTIVAS. HUBO MUCHA APUESTA, MUCHA DERROTA, ALGUNA VICTORIA…CIERTO APRENDIZAJE. SE SINTIÓ QUE LA HISTORIA TIENE MUCHO DE SAPO DE ALJIBE: SUBE DOS PASOS Y RETROCEDE UNO, O DE CANGREJO, QUE CAMINA DE LADO LA MAYOR PARTE DEL TIEMPO, O DE ESOS DIBUJOS ANIMADOS DEL PAPALEGUAS, QUE CORRE TAN RÁPIDO QUE EN UNA CURVA SE SALE DE LA PANTALLA Y VUELVE A ELLA PATALEANDO EN EL AIRE, SIN AVANCE ALGUNO. EN ESAS DÉCADAS CREO QUE SE SINTIÓ, MUY ORIGINALMENTE ( COMO EN TODAS LAS OTRAS ÉPOCAS) QUE FRECUENTEMENTE LO QUE CAMBIA SON LAS NALGAS, LAS PALMETAS SON LAS MISMAS ( POR DECIRLO CON DUDOSA ELEGANCIA). MI VIEJO SE LLAMABA LEÓN ( Y A VECES ERA); HUBO UN GENERALE QUE DECÍA QUE ERA UN “LEÓN HERVÍVORO” MIENTRAS CONTRIBUÍA PARA DEFLGRAR LA ERA DE LAS PEORES MATANZAS QUE VIVIÓ EL PAÍS; HUBO UN ARQUERO QUE SALVÓ AL SELECCIONADO DE UNA GOLEADA, LE LLAMARON “ EL LEÓN DE WEMBLEY”. PERO HUBO UN LEÓN PLENO DE SENSIBILIDAD, DE COHERENCIA, DE INTELIGENCIA, DE SEDUCCIÓN, DE COMBATIVIDAD, LEAL A LOS AMIGOS, PELIGROSO PARA LOS ENEMIGOS, A MENUDO ASUSTADOR PARA TODAS LAS PLATEAS, ENSORDESCEDOR EN SUS RUGIDOS. CURIOSAMENTE ERA UN LEÓN INDIVIDUALISTA, CON CARA DE COSACO, QUE PROPUGNABA UNA REVOLUCIÓN DE MASAS.

ESE LEÓN SUPO LEER A FREUD Y A MARX PARA PENSAR, ESCRIBIR Y ENSEÑAR CON ELLOS ALGO CON LO QUE SE PUEDIESE, MUCHO MÁS QUE ENTENDER EL MUNDO, TRATAR DE TRANSFORMARLO.

YA NO SE FABRICAN MÁS DE ESOS LEONES. LEÓN ROZITCHNER, COMO ESTABA PREVISTO, HA PERDIDO SU ÚLTIMA PELEA PURAMENTE CORPÓREA CONTRA EL LEVIATÁN ( EL ESTADO), LA MEDUSA (EL CAPITAL) Y TORQUEMADA ( LA IGLESIA) EN LA ARENA DE UN PAÍS DE OPERETA. ADEMÁS DE MUCHOS MONUMENTOS EN SU MEMORIA, TIENE TRES O CUATRO EN CADA BIBLIOTECA DE LAS PERSONAS Y LOS MOVIMIENTOS DIGNOS. HABRÁ MUCHOS “DEVENIR LEONES” EN LOS COLISEOS ANTES Y DESPUÉS QUE LOS LIBROS DE LEÓN SE TORNEN CDS.



GREGORIO BAREMBLITT

segunda-feira, 16 de maio de 2011

“El imperio hediondo”

Es mundialmente sabido que la horrorosa dictadura militar argentina “patentó”, durante la denominada “guerra sucia” (como si hubiese limpias!), un procedimiento muy original. Muchos de los militantes de la revolución popular, capturados y condenados sin juicio alguno, eran semi dopados con estupefacientes y arrojados al océano desde aviones militares. ese modo de ejecución, sobre el cual se ha escrito mucho, pero nunca lo suficiente, además de su feroz y sádica maldad, parecía tener ciertos rasgos de letal pero dudosa inteligencia.
Es bastante notable que el pueblo argentino (dicho de la manera más empírica y menos “comprobable” posible), ostente una cierta tendencia necrofílica, que entre sus variados síntomas, muestra una especial predisposición a transformar los cadáveres de las víctimas de conflictos políticos en banderas bélicas. Entre los argentinos es conocida la célebre sentencia de un poeta acerca del exilio de los restos mortales de un dictador. El presidente rosas, un tirano “nacionalista”, que mandó a matar a la mayoría de los caudillos de las provincias, que eran sus opositores, e impuso una servidumbre generalizada de todo el territorio nacional al gobierno central.
Desde que ese dictador fue vencido, destituido y deportado, y murió en el exilio, sus partidarios mantenían un interminable combate por la vuelta de sus restos al país. El poeta al que nos referíamos, decididamente anti rosista, escribió “ni el polvo de tus huesos la américa tendrá”. -porqué el bardo, que era expresión de una interminable guerra civil argentina, enfatizaba en el destino del cadáver? Por una razón parecida a aquella que motivó una peregrinación del féretro de Eva perón por varios países, puesto que para que no fuese capturado por los militares argentinos y las organizaciones para militares y para policiales, era importantísimo que no se supiese donde estaba. La inexorable insistencia de sus partidarios y adoradores, consiguió por fin, en un momento de “tregua”, que los restos de la fallecida retornaran al país y tuviesen digno sepelio. No obstante, eso no impidió que posteriormente la tumba fuese violentada y los restos profanados
Porque esa enconada contienda en torno de un cadáver? Eva Perón muerta, con o sin sus restos mortales encabezando a sus huestes, debía producir el mismo efecto emblemático de aglutinación y continuación de la lucha en pro de los valores que esa mujer propugnó en vida. Pero no!, los argentinos sentían que, además de un derecho indiscutible post mortem de ser enterrada en su patria, el cadáver de Evita, lo que quedaba del cuerpo físico de la líder de un importante y contradictorio proceso político, era de insubstituible valor para la continuidad de los movimientos que defendían sus ideales.
Otro caso es el del general José de San Martín, un indiscutible héroe de la liberación argentina y de “medio continente” (como dice una canción argentina) de la dominación española. El libertador murió exiliado en una localidad francesa y su ataúd fue repatriado muchos años después y exhibido en un solemne mausoleo. Esa reparación histórica, no impidió que “los desconocidos de siempre” profanaran el sepulcro y robasen el sable del libertador, símbolo de su colosal empresa histórica.
Para no cansar al lector, terminemos muy incompletamente este relato recordando que Borges, considerado por muchos como el mayor literato de lengua española de todos los tiempos, profundamente descontento con la tesitura política populista de la argentina durante un largo período de su vida, exigió ser enterrado en Suiza, donde residía exilado por propia voluntad. Dada la inmensa importancia de su obra, es posible que el célebre escritor, sensible conocedor de la necrofilia argentina, quisiese evitar cualquier “uso” político su cadáver. Tal vez la decisión de “exilar” sus restos quería ser, en si misma, una lección ético-política para ciertos argentinos.
Pues bien: esa necrofilia argentina, que tiene como parte fundamental la disputa en torno de si (él) o (la) fallecidos (as) continúan o no estando vivos de cierta mágica manera, ha sido considerado por la mayoría de los analistas políticos, en su duplicidad. Por un lado no se puede negar que se trata de un síntoma de “patología” histórica, por el otro es un componente logístico de una guerra perenne. Tal vez sea, como afirman célebres autores, “la verdad implícita en todo delirio”.
El sangriento régimen de la dictadura militar argentina, y aunque con otro sentido militante libertario, las organizaciones y movimientos de defensa de los derechos humanos, han protagonizado una larga y desigual batalla. los militares, en su gran mayoría integrantes y defensores de las oligarquías y las elites reaccionarias argentinas, insisten en denominar a las víctimas del genocidio nacional (30.000) como “desaparecidos”...y sus cuerpos como “irrecuperables” (eufemismo para ilícitamente capturados, torturados, y asesinados sin proceso ni defensa algunos, empleando la forma “aeronáutica” antes descripta, además de muchas otras).
Entre esos movimientos y organizaciones, se destaca, con proporciones gigantescas, el de “las madres de la plaza de mayo” que acusan a los mencionados criminales de guerra, y exigen la devolución de sus hijos “desaparecidos”, no solo en cuerpo presente, sino vivos. Las madres no han aceptado amnistías, ni “indemnizaciones”, y ni siquiera la condena de los jefes de la “desaparición” les ha hecho arriar su bandera. Esa exigencia de las madres tiene, entre otros importantísimos efectos políticos de avanzada, el sentido de denunciar la mentira y la criminalidad de los verdugos, pero también su impotencia para ocultarla, porque 30.000 personas no desaparecen sin dejar rastro alguno en un país que, en aquella época, tenía treinta millones de habitantes.
Por todo lo dicho, es evidente que el mencionado procedimiento de “extravío” marino usado para matar y “ocultar” cuidadosamente esos “desaparecidos” tenía, entre otros, un sentido judiciario y uno político. En todo caso de homicidio, la localización de los restos mortales de la víctima es una evidencia crucial para el fallo y la condena; pero además es un ícono de enorme peso en la lucha política.. Eso ha sido y es inveterada y mundialmente así, véase sino las gigantescas matanzas que ocurrieron y ocurren en torno al supuesto santo sepulcro, al santo sudario etc. no es de descartar que la necrofilia argentina tenga grandes componentes religiosos (la separación constitucional entre la iglesia católica y el estado argentino dejan mucho que desear). No obstante la citada perversión tiene una pregnancia y una motivación extraordinaria y poli causada en ese país.
Es importante señalar que, salvo algún que otro hallazgo, los cuerpos de los desaparecidos argentinos jamás aparecerán. Es claro que eso no fue ni será prueba de la inocencia de las corporaciones militares-policiales, ni de los grupos carniceros tales como “las tres a” y tantos otros para-militares y para-policiales. Por el contrario, la consigna y la militancia de las madres de plaza de mayo así como de grupos y movimientos afines, mucho más allá de haber conseguido, como lo hicieron, la condena de los jefes homicidas, tendrá un efecto imperecedero. Los “desaparecidos” se han tornado una especie de espada de Damocles ético-política fantasma que pesa eterna e inexorablemente sobre todas las fuerzas, entidades y equipamientos que detentan un poder que estructural o eventualmente pretendan repetir sus crímenes hediondos. Pese a todo eso, es importante recordar que la historia se empeña en enseñarnos que se puede ser criminal sin castigo alguno, dependiendo de la fuerza de que se disponga. Es alrededor de éste punto que giran las observaciones de éstas líneas.
Los Estados Unidos de América del norte, la primera democracia burguesa que se fundó en el mundo y también la mayor potencia económica, tecno científica y bélica del mundo actual, es un paradigma de lo que arriba describimos.
Después de haber perpetrado el genocidio de los indios que poblaban su territorio, de ser el país que más “importó” negros africanos para esclavizarlos, de asesinarse entre hermanos en una tremenda guerra civil que dejó un millón de muertos, de despojar por asalto a su vecino del sur: Méjico, de la cuarta parte de sus tierras, de freír innecesariamente a 200.000 civiles en Hiroshima y Nagasaki, de apoyar a decenas de tiranos y dictadores que le servían en los cinco continentes, de haber invadido impunemente países como panamá y granada, de haber financiado una tentativa de invasión de cuba y de haberse apropiado del “ control” de más de una tercera parte del mundo en yalta y durante la guerra fría....nos “sorprende “ en las últimas décadas con nuevas hazañas del mismo cuño.
Derrotado vergonzosamente en el Vietnam, “empatado” ignominiosamente en Corea, en Laos, Camboya etc. nunca dejó de cuidar sus intereses petrolíferos, de gas y de piedras preciosas en medio oriente y en áfrica subsariana.
En una cantidad de países de ésas áreas, además de apoyar en todos los aspectos las monarquías y las dictaduras que le eran aliadas, armó y entrenó a los ejércitos y milicias locales contra contingentes de opositores, contra la ocupación soviética y contra todo impulso de autonomía.
Como es sabido y reconocido, atacó en dos oportunidades al Irak. La primera (guerra del golfo) debido a que Irak había invadido Kuwait y el peligro era el de que los EEUU perdiesen su dominio sobre el petróleo de ese país. La segunda fue la invasión perpetrada por los EEUU en Irak debido a una supuesta construcción, por parte del dictador s. Hussein, de armas atómicas. A esa acusación se sumó la de que Irak alojaba y protegía a Osama Bin Landen y los suyos. Los ataques se perpetraron sin aprobación del consejo de seguridad de la ONU y las acusaciones se demostraron completamente falsas, apenas “racionalizaciones” (mentiras descaradas) del presidente Bush. jr. Para asegurarse la provisión preferencial del petróleo de ese país. Dicho ataque destruyó importantes segmentos de la infraestructura iraquí y mató miles de civiles y soldados de las partes en conflicto (además de increíbles violaciones de los derechos humanos). Está demás decir que la base norteamericana en Irak continúa sediada y que la ocupación militar yanqui continúa sin haber conseguido pacificar ese país. La ocupación norteamericana continuó por Afganistán, con características parecidas a las de Irak y culminó con la misión del comando que mató a Osama Bin Laden, principal enemigo fundamentalista de los EEUU. Conductor del peor episodio terrorista registrado en la historia de la nación del norte. Si esa intromisión fue combinada o no con los pakistaníes (que muy probablemente no necesitaban del protagonismo americano para esa ejecución)., es difícil de saber. Lo que parece claro es que no fue principalmente por las fotos de satélite ni aviones no tripulados que se averiguó el paradero del terrorista. Es mucho más factible que lo que principalmente actuó en ésa localización fueron los billones de dólares que Pakistán recibe de los EEUU anualmente así como los 25 millones de recompensa que se obsequió a quien denunciase la presencia del terrorista.
Es sabido que, en oriente medio y el norte de áfrica, se están deflagrando amplias y persistentes insurrecciones de masas contra gobiernos absolutistas: monárquicos, teocráticos y dictatoriales o pseudo democráticos implantados por elecciones fraudulentas. El panorama es complejo porque esos conflictos internos que enfrentan masas populares con gobiernos represores y corruptos, no son pasibles de análisis maniqueos. El triunfo de cualquiera de las partes, en todos esos levantes, no garantiza, en ningún caso, el nacimiento de un auténtica democracia, sea representativa o, en la cúspide de las expectativas, democracias directas.
Los conflictos étnico-religiosos (árabes y no árabes, xiitas, sunitas, kurdos, cristianos, israelíes y laicos), se intrincan con los ataques entre sirios y libaneses, las facciones contra y pro usa, pro o contra Israel. Por otra parte, esa mescolanza incluye la gran diferencia entre partidarios de la lucha armada y negociadores pacifistas, fuerzas armadas gubernamentales y guerrillas o organizaciones terroristas, potencias efectivamente atómicas como Israel o Pakistán ( o firmes aspirantes, como irán) y otros muy mal armados tales como los palestinos. Eso todo sea dicho sin tratar de entender demasiado refinadamente, las alianzas de países árabes o africanos con las nuevas potencias: China, Rusia,India, Brasil, África del sud y otras no tan prominentes.
Entre tanto, las operaciones de llegada de nuevos contingentes militares a los escenarios bélicos de medio oriente, provenientes de los EEUU, Francia, Inglaterra, Canadá y otros, están contribuyendo de prisa para la decadencia de la ONU, de los pactos internacionales universales como los de la convención de ginebra, y la influencia de los diversos tribunales de derechos humanos.
Ahora bien: las atrocidades que fueron y son cometidas, por los armamentos y por los soldados americanos en Irak, no han sido ni son siquiera debidamente denunciadas, ni investigadas, mucho menos punidas; a las mismas hay que agregar las perpetradas en Afganistán, e, indirectamente en el Yemen, Siria, Egipto, ´Libia, Sudán etc., países en plena convulsión en el que los Estados Unidos apoyan a veces a los gobiernos tiránicos dinásticos, a veces a diferentes sectores subversivos y a veces a los dos lados al mismo tiempo. El criterio no consiste en ayudar a quien ético-políticamente lo merece, sino a quien eventualmente puede triunfar y cuidar de los negocios americanos. Obviamente, los otros “lados” provisoria y aparentemente fuera del conflicto, hacen algo parecido. Un caso interesante, en ese sentido fue el de Egipto, cuyo gobierno era aliado incondicional de usa y, al mismo tiempo contrabandeaba mísiles para los palestinos a través de la red de túneles que subyacía a sus fronteras. También el ejemplo que ya mencionamos, de Pakistán puede ser ilustrativo. Las autoridades pakistaníes, no solo deben haber dado las coordenadas para el ataque, sino que permitieron que el comando yanqui que efectuó la operación residiese un buen tiempo en una casa próxima a la de Bin Laden y su grupo para “familiarizarse“ con la escena del asalto. Desde luego el gobierno pakistaní declaró solemnemente que “la próxima vez que tropas extranjeras invadan el territorio pakistaní sin consentimiento del gobierno, tendrán que enfrentar graves consecuencias”.
Creo que podemos llegar ahora a la pieza de ficción que yo entiendo como hiperrealista. Concordando con el raciocinio de muchos analistas contemporáneos. Se dice que el modo como los marines cumplieron con su misión y la manera como ese episodio histórico fue informado por la prensa mundial tiene una tónica obscena y cínica, y justamente, no por eso, menos verdadera.
Obama y su enorme corte de redes, de entidades, de organizaciones, de equipamientos, de asesores, consultores y voceros propios y aliados también ha rastreado al “enemigo público número uno” valiéndose, sin escrúpulo ni ocultamiento alguno, de las informaciones obtenidas de los miembros de Al Qaeda sometidos a meses de torturas en una prisión, Guantánamo, que además mantuvo detenidos a muchos inocentes y fue severamente acusada de ilegalidad por numerosos organismos internacionales oficiales y civiles.
Pero, formando parte esencial de esa tragicomedia, el gobierno de los EEUU declara o no discorda de quien declara: 1) que con la excepción de un guarda en un puesto de avanzada, ningún de los ocupantes de la casa invadida estaba armado en el momento del ataque. 2) que Osama Bin Laden fue dominado y estaba sano y vivo cuando fue ejecutado, al igual que su hijo menor y otro pariente 3) que la residencia fue objeto de fuego cerrado siendo que alojaba a niños y mujeres indefensos (supuestamente usados como escudos humanos siendo que una mujer fue herida) cuyo destino (hasta ahora, una semana después de la operación, es desconocido). 3) el cadáver de Osama, según se afirma muy deformado por disparo efectuados contra su cabeza, “fue tratado con los procedimientos y velado con el ceremonial que la tradición mahometana prescribe”, siendo que esa “respetuosa despedida” incluyó el traslado del cuerpo mar adentro en un lugar desconocido del océano, donde fue arrojado. La noticia del éxito de la misión, desde luego militarmente necesaria, fue tratada en un tono mesurado “porque el gobierno de los EEUU no deseaba que una exposición de las fotografías (y seguramente de la filmación) de la ejecución y del estado del cadáver, pudiese dar la impresión de que un componente de ufanismo vengativo alterase la tesitura mesurada que caracteriza a la gran democracia del norte. También cabía esa esplendorosa modalidad de “entierro”, para que no fuese localizable un lugar donde el cuerpo de terrorista fuese situado y transformable en la meca de los terroristas del planeta.
Permita el lector que el autor de estas líneas declare, con dudoso humorismo, su orgullo y satisfacción al constatar que el procedimiento empleado para producción de “desaparecidos” parece haber sido parcialmente aprendido por el gobierno y las fuerzas armadas de los Estados Unidos de Norteamérica de la dictadura argentina.. Los proyectos camelot cóndor, planeado y asesorado y co-ejecutado por los EEUU, que operó durante más de quince años en países de Latinoamérica se nutrió también de la inventiva de los asesinos locales fardados o no. entre esas joyas de la estrategia, la sepultura en el océano, probablemente creación argentina, ha recibido, con esta acción contra el terror, el estatus de modelo de la intrepidez militar represiva de las Américas.
La legislación brasileña define como crimen hediondo a todo aquel que se perpetra contra un ser humano oportunamente indefenso y por motivaciones que se acercan al ejercicio de una pura crueldad.
Muchos comentaristas afirman que horroroso ataque que aquí comento, fue un golpe mortal para el terrorismo mundial.
La historia dirá que papel cumplió esa ejecución de un indefenso y la posterior ofensa, no menos hedionda, al cuerpo muerto de un criminal político. Las declaraciones oficiales y las de los comentaristas sostienen, contradictoriamente, que tanto Al Qaeda como su líder, tenían una influencia muy restricta en las luchas por la independencia de los países de oriente medio y el norte de áfrica. Por otro lado sostienen que la decapitación del movimiento de ese líder será de enorme importancia en la desarticulación de la red que presidía. Del mismo modo, se sostiene que el merecido castigo (no la venganza, es claro!) al siniestro artífice del 11 de septiembre, compactará al pueblo americano en el combate al terrorismos y dará un nuevo temple a la espada del guerrero yanqui.
Las reacciones de los más diversos segmentos anti-americanos comprometidos en los conflictos de esa triste región, así como los de una gran cantidad de organizaciones de derechos humanos, hacen pensar que los efectos de la incursión son de muy difícil predicción.
Será este ataque el comienzo del fin del terrorismo en medio oriente y en el mundo?....o servirá para el fermento y la multiplicación de una red planetaria intersticial y heterogénea con un “heroico” y “mártir” conductor: abstracto, ubicuo e inmortal. Eso sin olvidar que el difunto ya debe estar re-encarnado entre nosotros.
Me ha parecido sugestivo, muy sugestivo! terminar estas líneas con una breve recordación. En el final de la formidable película “Apocalipsis now” el rebelde coronel kurtz, protagonizado por Marlon Brando, le pregunta al agente militar enviado para ejecutarlo porque aceptó la misión. El encargado responde “ soy un soldado”. El coronel kurtz replica algo así como- “ no existen soldados, usted es un asesino!. Luego ya agonizando, murmura entre sus labios ensangrentados:...”horror....horror....horror...”

Gregorio Baremblitt