Por Gregorio Baremblitt
A crise tem jorrado uma quantidade imensa de opiniões acerca da relação do Estado com o Mercado. Não irei cair na tentação de tratando de sair desse dilema, fazer alguma crítica radical acerca da necessidade da existência dessas duas macro-entidades. Se os povos ainda acreditam nos Deuses, porque não teriam que acreditar no Estado e no Mercado?
Aqui só me proponho fazer uma minúscula observação simples e lateral. O Mercado é uma maquinaria com a qual o Capital realiza seu objetivo supremo que é o crescimento do lucro: porque ele teria que querer um Estado regulador eficiente e caro metido nos seus negócios? Se o Estado é conhecido como péssimo administrador, ou seja, que não sabe de negócios (seu único negócio, a não ser algumas estatais, são os tributos e os salários dos seus funcionários e políticos): - Por quê se pode esperar dele que seja capaz de controlar e intervir oportuna e sadiamente sobre os negócios do Capital no Mercado?
- O Mercado se empenhará em ser prudente em suas apostas e também em informar devidamente ao Estado de seus excessos de risco?
- O Estado entende o suficiente de negócios como para saber (e querer) fiscalizar exaustivamente o Mercado e saber quando o Capital está correndo riscos excessivos?
Diz-se que uma crise sempre começa por ser uma crise de confiança.
Diz-se que nas guerras a primeira vítima é a verdade.
Nas crises econômico-financeiras o que se desmorona é a ingenuidade.
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