LOS SENTIMIENTOS, COMO LOS SOMBREROS ( VÉASE MI ESTOCADA ANTERIOR) A VECES NO SE PONEN DE MODA NUNCA, A VECES SE PONEN DE MODA Y A VECES PASAN DE MODA. AUNQUE LAS MODAS VUELVEN , PARECE QUE HAY ALGUNAS QUE AMENAZAN CON NO VOLVER JAMÁS.
UNO DE ESOS SENTIMIENTOS ES LA VERGÜENZA. ME HA PARECIDO OBSERVAR QUE ACTUALMENTE, LAVERGÜENZA ES CONSIDERADA UNA ESPECIE DE SÍNTOMA, O DE ENFERMEDAD. SE HABLA, ES CLARO, DE "SINVERGÜENZA", PERO CON MUY POCA CONVICCIÓN, CASI COMO SI NO SE SUPIESE BIEN QUE SE QUIERE DECIR CON ESA ACUSACIÓN.
SENTIR VERGÜENZA,Y MÁS AÚN MANIFESTARLA, HACERLA PERCEPTIBLE, ES ALGO QUE ESTÁ FUERA DE MODA, INDEPENDIENTEMENTE DE QUE LA RAZÓN POR LA CUAL SE LA SIENTE Y/O SE LA EXPRESA MEREZCA EXPERIMENTAR TAL AFECTO.
HACE TIEMPO ME CONTARON UNA ANÉCDOTA QUE ME PARECIÓ MUY REVELADORA, AL MISMO TIEMPO QUE GRACIOSA.
SE PREGUNTA: "UD. SABE CUAL ES LA DIFERENCIA ENTRE UN VENDEDOR ARGENTINO Y OTRO BRASILERO CUANDO UD. LO SORPRENDE DANDOLE UN VUELTO ( TROCO) DE MENOS DELIBERADAMENTE?
ANTE SU RECLAMACIÓN EL VENDEDOR ARGENTINO ( TAL VEZ UN PORTEÑO) PROBABLEMENTE ÁDOPTARÁ UNA ACTITUD DE FALSAMENTE OFENDIDO Y ADOPTANDO UN TONO PARANOIDE LE DIRÁ;"UD. ME ESTÁ ACUSANDO DE ROBARLE EN EL VUELTO? COMO SE ATREVE A INSULTARME DE ESA MANERA?! TOME SU DINERO Y DEVUÉLVAME INMEDIATAMENTE LA MERCADERÍA QUE LE VENDÍ, NO QUIERO NINGÚN NEGOCIO CON UD!.
EL CITADO VENDEDOR, NO SOLO QUE NO SIENTE VERGÜENZA ALGUNA , SINO QUE MANIOBRA COMO PARA QUE EL AVERGONZADO SEA EL COMPRADOR: POR RECLAMAR AQUELLO SOBRE LO QUE TIENE DERECHO!
ENTRETANTO, EL VENDEDOR BRASILERO, MÁS ILUSTRATIVAMENTE UN CARIOCA, CUADO UD. LE LLAMA LA ATENCIÓN ACERCA DE QUE LE ESTÁ DANDO VUELTO DE MENOS PRESENTARÁ UNA AMPLIA Y PÍCARA SONRISA Y LE PREGUNTARÁ CON CARA DE CÓMPLICE "UD. TAMBIÉN SE DIÓ CUENTA?! NINGUNA VERGÜENZA ESTÁ SIENDO ESPERADA, DE LO QUE SE TRATA ES DEL PLACER DE COMPROBAR QUE UD. HA COMPARTIDO UN JUEGO CUYA GRACIA CONSISTE, TANTO EN QUE UD NO PERCIBA EL ROBO ( Y EL LADRÓN SE DIVIERTA Y BENEFICIE A SUS COSTAS), COMO QUE UD. LO ADVIERTA Y LOS DOS PARTICIPEN DE LA DIVERSIÓN DE UNA BROMA "COMPARTIDA". SI UD. NO PIERDE LA PACIENCIA, EL VENDEDOR LE DIRÁ;"AQUI ESTÁ EL VUELTO QUE FALTABA Y LO FELICITO POR SU BUEN HUMOR".
HAY ÁMBITOS, POR EJEMPLO EL DE LA POLÍTICA BRASILERA, EN QUE LA VERGÜENZA SE HA CONVERTIDO EN UNA ESPECIE DE ANTIGÜEDAD CASI TOTALMENTE OLVIDADA. LOS POLÍTICOS ASUMEN CARGOS PARA LOS QUE NO ESTÁN MÍNIMAMENTE CAPACITADOS Y QUE LE SON DADOS POR INTERCAMBIO DE COMPLICIDADES VARIAS. PARA SUBSANAR EL PROBLEMA DE LA IGNORANCIA, NOMBRAN ASESORES QUE, O SON FAMILIARES SUYOS, O AMANTES, O AMIGOS O CUALQUIER COSA MENOS UN CONSEJERO CONOCEDOR DEL TEMA POR EL CUAL SE LO CONVOCA Y NOMBRA. CUANDO ESO ES DESCUBIERTO ( SI ALGUNA VEZ FUÉ OCULTADO), SE APELA A EXPLICACIONES DEL TIPO DE " SE TRATA DE UN CARGO DE CONFIANZA, Y EN QUIÉN PUEDO TENER MÁS CONFIANZA, POR EJEMPLO QUE EN MI AHIJADA O EN MI PRIMERA ESPOSA QUE ME ATORMENTA CON LA PENSIÓN QUE DEBO A MIS HIJOS?"
HA SIDO EJEMPLAR LA LUCHA DE LOS PARLAMENTARES PARA QUE LA LEY DE LA "FICHA LIMPIA" NO AFECTASE A LOS QUE IBAN A EJERCER SU CARGO DURANTE ESTE AÑO DE 2011. FUERON ACUSADOS Y/O PROCESADOS O NO, PERO ESO TENDRÁ VALOR EL AÑO QUE VIENE, ESTE AÑO , SINVERGÜENZA, ES SAGRADO!
EL CASO EN EL QUE SE SOSPECHABA QUE UN PARLAMENTAR ELECTO ERA ANALFABETO NO DEBÍA IMPORTAR VERGÜENZA ALGUNA.
NO SE PRECISA SER LETRADO PARA PERCIBIR LA SINVERGÜENZA REINANTE EN LAS HONORABLES CÁMARAS!
EL PRESIDENTE LULA DIJO UNA VEZ ACERCA DEL PARLAMENTO QUE ESTABA POBLADO POR 3OO SINVERGÜENZAS! EL PRIMER MANDATARIO CONSIGUIÓ COVERNAR DOS PERÍODOS PRESIDENCIALES CON ESE PARALAMENTO! DECIDIDAMENTE, LA VERGÜENZA NO ESTA DE MODA!
GREGORIO BAREMBLITT
A vergonha
Os sentimentos, como os chapéus ( ver a minha estocada anterior) às vezes não estão na moda nunca, às vezes estão na moda ,e as vezes, estão fora de moda. Ainda que as modas voltem, parece que há algumas que ameaçam não voltar jamais.
Um desses sentimentos é a vergonha. Observei que atualmente, a vergonha é considerada uma espécie de sintoma ou de enfermidade. Fala-se, claro, de “sem vergonha”, mas com pouca convicção, quase como se não soubesse bem o que se quer dizer com essa acusação.
Sentir vergonha e ainda mais, manifestá-la, fazê-la perceptível, é algo que está fora de moda; independentemente de que a razão pela qual se sente e/ou a expressa mereça experimentar tal afeto.
Faz algum tempo, contaram-me uma estória que me pareceu muito reveladora, ao mesmo tempo divertida. Perguntaram-me: “O Sr. sabe qual é a diferença entre um vendedor argentino e um brasileiro quando é surpreendido dando um troco menor deliberadamente?
Diante de sua reclamação o vendedor argentino (talvez um portenho) provavelmente adotará uma atitude de estar falsamente ofendido e adotando um tom paranóico lhe dirá: “ O Sr. está me acusando de roubar o seu troco? Como se atreve a me insultar dessa maneira? Tome o seu dinheiro e me devolva imediatamente a mercadoria que lhe vendi, não quero nenhum negócio com o Sr”. O vendedor citado, não só que não sente vergonha alguma, senão que manobra para que o envergonhado seja o comprador: por reclamar aquilo que tem direito!
Entretanto, o vendedor brasileiro, mais ilustrativamente um carioca, quando é chamado a atenção acerca de que está lhe dando um troco menor, apresentará um amplo e pícaro sorriso e lhe perguntará com cara de cúmplice: “O Sr. também se deu conta?!. Nenhuma vergonha está sendo esperada, o que se trata é do prazer de comprovar que a pessoa compartiu um jogo cuja graça consiste, tanto no que não se perceba o roubo ( o ladrão se divirta e se beneficie a suas custas), como que seja advertido e os dois participem da diversão de uma piada “compartilhada”. Se não se perde a paciência, o vendedor lhe dirá: “ Aqui está o troco que faltava e dou parabéns pelo seu bom humor.
Há âmbitos, por exemplo, o da política brasileira, em que a vergonha se converteu em uma espécie de antiguidade quase totalmente esquecida. Os políticos assumem cargos para os quais não estão minimamente capacitados e que lhe são dados por intercâmbios de várias cumplicidades. Para sanar o problema da ignorância, nomeiam assessores que, ou são seus familiares, ou amantes, ou amigos ou qualquer coisa, menos um conselheiro conhecedor do tema pelo qual foi convocado e nomeado. Quando isso é descoberto (se é que alguma vez foi ocultado), apela-se a explicações do tipo: “Trata-se de um cargo de confiança, e em quem posso ter mais confiança, por exemplo, que em minha afilhada ou em minha primeira esposa que me atormenta com a pensão que devo a meus filhos?”
Foi exemplar a luta dos parlamentares para que a lei da “ficha limpa” não afetasse aos que iam exercer seu cargo durante este ano de 2011. Foram acusados e/ ou processados ou não, mas isso terá valor o ano que vem. Este ano, sem vergonha, é sagrado!
O caso em que se suspeitava que um parlamentar eleito era analfabeto não deveria importar, não era vergonha nenhuma. Não precisa ser letrado para perceber a falta de vergonha reinante nas honoráveis câmaras!
O presidente Lula disse uma vez, acerca do parlamento, que estava povoado por 300 sem vergonhas! O primeiro mandatário conseguiu governar dois períodos presidenciais com esse parlamento! Decididamente, a vergonha não está na moda!
GREGORIO BAREMBLITT
segunda-feira, 16 de maio de 2011
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